10 de dez. de 2009
Prato novo na mesa
7 de dez. de 2009
Ahhhhh, férias!
Férias no começo. Tamo aí.
Assalto
Eu roubei.
Mas a mim não me culpo.
se furto, se roubo, se curto,
minha carapuça de ladrão.
Esguio gatuno de passo soturno,
calço o escuro, visto o invisível,
procuro com fino faro felino,
sou simbiose da escuridão.
E o objeto o qual afano?
roubo calado, roubo mudo,
Sentimentos que réptil rapto, capturo
coisas esquecidas pelo coração.
Abocanho teu riso, teu choro,
a saudade e a pureza, amor e ódio,
o louco lento luxo.
O que não dá valor, minha atração.
Estórias
Um dia me contaram uma história,
não lembro muito bem do começo,
recordo mais ou menos as primeiras intrigas,
não sei dizer como é o clímax,
O desfecho é bom, mas ...,
Sei lá, Sei que termina com um cara que não lembra nada.
O merecido descanso
E ele esperou tanto,
não tinha mais trabalho,
ora extra, patrão enchendo o saco,
os colegas chatos, os funcionários horríveis,
a sala apertada, o computador insistente,
secretária enjoada,
mais nada,
mais nada.
E agora? Se sentiu meio perdido.
Arranjou o que fazer,´
tá vendendo coco na praia.
Trabalha o dia inteiro,
mas não teve férias melhor.
A praia é linda!
Inté
21 de nov. de 2009
O invisível não é o inexistente
Em baixos
Embaixo dos lábios tens dentes,
Se revelados? Sorriso.
Cavucando as costelas e o pulmão,
Ah ali reside o coração! Será ele o pai do sentimento?
Destrinchando a polpa e a casca da fruta,
Acharás o que? Sementes, o que recomeça o ciclo, revive, resuscita.
Fuçando o cérebro achas idéias, mundos,terras.
E cavando essas letras, o que achas?
Eu? Você? Alguém? Ninguém?
Todo mundo?
Subliminar
Escondido, oculto, resguardado.
Enterrado num canto ainda não cavado.
Sua existência não existe antes de ser descoberto.
Ou será que sempre lá esteve?
respirando curto, não provocando demais,
fazendo-se simples, humilde,
se incomodando quando incomodava.
Era um (des)propósito omisso,
conservado secreto, pelos olhos externos e internos.
Até. Nascer-se. Para si e para outros.
Fazendo desistência de sua a-existência.
Querendo estar (,) só para ser presente.
Sobre as idéias observadas durante minha estadia em versos, não avaliando fatos paralelos, decorrentes de idéias aqui não necessárias de serem citadas; ressaltando, entretanto, subaspestos implícitos indissociáveis da prática da escrita.
Viver.
Inté
17 de nov. de 2009
"Jingoul beus, jingoul beus"... não?
Farda
Ela é uma fada,
uma fada,
fada uma,
Ela é,
não voa,
não tem brilho,
não é miúda,
nem tem pele branca,
Não é bela, nem feia,
nem olho azul,
não toca harpa,
não tem asa,
não tem vara de condão,
Não canta,
não usa emoção,
não é invisível,
não é caridosa,
não é inocente,
nem ela faz questão,
não é meiga,
não é cheirosa,
não agrada,
não tem coração,
não tem princesa no seu currículo,
não é assim tão educada,
não é boa, não é delicada,
Mas mesmo assim ainda é fada.
Será que dentro do peito do patrão
existiria um singelo coração?
Que a máquina da grana não tivesse infectado,
que seus empregados um dia virassem e dissessem:
- Coitado!
Acho que sim, podem até dizer que não.
Mas acho que sim, afinal é humano esse coração.
No fundo de cada ordem,
existe um ser comandado,
no fundo de cada comando,
um humilde assim calado.
Não quero os defender, pois não sou um.
Ou talvez de vez em quando seja,
Quando sou dinheiro e não emoção,
Quando escondo o humano e exponho o patrão.
Relógio que marca a hora que passa,
que passa, que passa, que passa, que passa,
Relógio que sou, que é, que me faça,
me faça, me faça, me faça, me faça,
Relógio sem tempo, ponteiro que traça,
que traça, que traça, que traça, que traça,
Com tic com tac, com ciclo que atrasa,
que atrasa, que atrasa, que atrasa, que atrasa,
Em laço de tempo seu laço me enlaça,
me enlaça, me enlaça, me enlaça, me enlaça,
Contigo teu tempo, tu tudo amordaça,
amordaça, amordaça, amordaça, amordaça,
Tu vai e tu vem, com com ou sem graça,
sem graça, sem graça, sem graça, sem graça,
Ma tu tic ti para, e para, e para,
e cansa,
e freia,
e parando lento,
cessando, cessando, cessando
vai encerrando seu andar
até que um dia
parar.
Inté
9 de nov. de 2009
Rascunhos são sempre mais bonitos antes de relê-los
Tem aí três.O último ficou parecendo letra de música. Sei lá por que, mas eu tenho essa impressão. Bem, olhos à obra.
Canto do lado
O lado que existe
o lado que é fato
o lado ao lado do lodo que persiste,
Aquele lado que sempre é falado,
que sempre é ressaltado pelo escuro do outro lado,
o lado escuro, o lado oculto, só é co-lembrado.
Isso me lembra uma moeda,
de duas faces opostas,
uma face virada,
à outra de costas.
Nada mais coerente para esse mundo-moeda:
um lado,
lustroso, dourado,
o outro?
oxidado.
Repepetitição
Se antes de pensar,
pensaram como devemos pensar.
Penso eu que pensamento é outro,
é outra, são outras, são outros,
que pensaram antes de mim,
e foi mesmo assim,
que pensei o mesmo-igual,
o mesmo-sempre,
o mesmo-mesmo.
E por vez já pensaram isso?
e eu o que faço?
repito? repito? repito? repito?
só digo o que foi dito?
Não, nem todo meu é repetido,
Creio que até mesmo repetindo,
Eu repita que não sou réplica,
tréplica, cémplica, mílplica,
E nos ecos há de repetir,
Esse mundo-cópia,
Essa vida-xerox,
Esse destino-plágio,
Até a parede,
que hei de construir com meus tijolos iguais,
e barrarei,
quebrarei,
mudarei,.
Esse som-uniforme.
Esse som ao meu ouvido disforme.
Esse som que falo,
mas o mudo quando vou escutar.
Unidade
Por quantos contos você conta a verdade?
Por quantas verdades você faz uma mentira?
Por quantas mentiras sua consciência pesa?
Por quantas que sua consciência se retira?
Quantas das suas respostas são sem perguntas?
Por quantas perguntas você se estressa?
Por quantos estresses você sobrevive em um dia?
Por quantos dias vai durar sua pressa?
Mas não, não me responda, Quantidade.
Quantos quantos! Quantos quantos!
Pilhas em pilhas empilhadas
Minhas quantidades ainda não foram contadas.
Inté
20 de out. de 2009
?¿?¿?¿?
O primeiro aí é mais uma experiência, leiam e vejam o que entendem. Ficou meio estranho mais a forma de fazer que é a idéia. Os outros, normar.
Bala perdida,
por onde andas sumida assim?
Nem sei por onde te achar.
Caçei no ar,
caçei na terra,
catei no mar e até no infinito.
Mas não bala perdida,
Bala, bala. Cravada na carne humana foi se esconder.
Agora me pergunto bala errante, bala parida.
Serás mesmo perdida?
Razão
Aos 21 anos meu lobo frontal estará gigante,
pensarei certo, falarei certo. Exato.
Precisão em cada passo, um passo preciso e comedido, racional.
Ó meu lobo frontal
Inté
10 de out. de 2009
Quem ri por último sempre alcança
Pra fazer uma cola você precisa de três coisas:
26 de set. de 2009
As letras que leio
Não penso. Ou melhor, penso e simulo.
Finjo um sentimento e o imprimo, e sinto,
ou finjo um pensamento e penso:
Não sei se faz parte do escrever,
sei que escrevo pra não deixar a folha em branco.
E vou inventando um invento inventado.
Minto minha invenção,
inventor dissimulado.
Inté
21 de set. de 2009
O riso é o egoísmo do dente
20 de set. de 2009
Pra não perder o hábito ...
Ao Dom Casmurro
Oh! Flor do céu! oh! flor cândida e pura!
Não ousas em sua pétala oferecer-se inteira e crua!
Perfumes santos com cheiros mundanos,
Simule, disfarçe, finga-se em enganos.
Mais vale o néctar ao teu gosto,
flor mascarada! Mostre teu rosto!
Em rubra curva, por frágil se passa.
Ah, não minta! A si sua verdade basta.
E no seu conflito, no vencedor que proclama,
Diga, oh pétala falha!
O próprio faro, nariz engana.
Viva, no viver que se agasalha,
nos jogos da covardia humana:
Perde-se a vida, ganha-se a batalha.
sorria, você está sendo filmado!
Rir de tudo não têm graça,
Graça muda, graça esparsa,
Esqueceu de ser engraçado,
engraxado, lubrificado,
o riso mecânico,
o riso risado.
Ás máquinas
Use automóveis,
Crie gasolina,
Beba álcool,
Queime dinheiro,
E compre, e venda, alugue,
penhore, parcele, superfature,
fature, lucre, falencie-se
quebre, especule, deduza,
cobre, pague, cunhe,
roube, assalte, furte,
troque, escambe, desconte,
promova, invista,
explore, saqueie,
taxe, estoque,
revenda, exporte,
importe, industrialize,
manufature, terceirize,
inflacione, mecanize,
barganhe, pechinche,
cambie, empreste,
deva, loque,
aposente,
banque,
patrocine,
escravize,
legalize,
estatize,
produza,
amortize,
contabilize,
pirateie,
superavitize,
déficitize,
democratize,
calcule,
dispeça.
E no fim, viva.
Se ainda houver vida no mercado.
Inté
(Não ao plágio, ou não)
16 de set. de 2009
Mais coisa pra você ler (ou não)
É nois aí tra véis. Eu acho que eu tó deixano de se ruim. Meu idealismo parece tá minguando, vamo vê no que dá. ( Parnassus sucks! )
Virtual
Meu país é a Internet
meu estado é a conexão
minha cidade, meu computador
minha casa a ilusão.
Messias
Aos passos da dança, cantaram
aos sons dos ouvidos, chamaram
aos pés dos seus santos, choraram
Chamaram, cantaram, choraram
mas você não veio
Vieram, voaram, plantaram,
queimaram, subiram e desceram
e mesmo assim
você não veio.
Rezaram, clamaram, profanaram
aos céus até olharam e pediram,
lembraram, esqueceram de sua existência
E ainda assim você não veio.
Vieram, Foram,
Foram, vieram
vieram, foram, vieram,
foram, vieram, foram,
retornaram, Será que algum dia foram?
E finalmente assim,
você não veio.
Novela
Ela diz que sim,
Eles transam,
Ele conhece ela,
Eles se separam,
Eles se casam,
Ele cansa dela,
Ela gosta dele,
Ele a pede em casamento,
Ele compra o anel,
Ela conhece os pais dele,
Ela vende o anel,
Ele põe o anel na mão dela,
Eles morrem juntos,
Eles envelhecem separados.
Não necessariamente nessa ordem.
Inté
20 de ago. de 2009
Nada de mais
15 de ago. de 2009
Discurso, discurso, discurso, discurso ...
O grão da ampulheta
Completo hoje dez e seis anos
十六 , pelo que me dizem somo esta data
E os dias que não contei?
Será que vivo mais que minha idade?
os anos já pulsaram em excesso nas minhas veias?
Creio que não,
talvez por crer que minha crença ainda é jovem,
que meus sonhos ainda sonham,
que meu corpo ainda guarda formas novas.
Mais ainda mudo e cresço pouco,
mas ainda cresço.
Olho para longe e ainda enxergo,
ouço e ás vezes repito,
escrevo e ás vezes leio.
Talvez quando escrevo leio-me por dentro,
e por dentro minha idade é o eterno.
Inté
13 de ago. de 2009
Do título
Aí vão três textos pra explicar o título, ou não. Dom Casmurro me perdoe.
Voz tinta I
É voz expulsa pela boca
que ecoa, que voa, que soa
voz, rouca que seja,
mas que seja nem que por última.
Voz, longe vai, mas se perde,
e perdida se encontra,
em si, si é, se é, se si, és
voz é o eco da alma.
E não contenta, não contente,
se vai e me abandona, e cai
e deita, e vai em tinta
se figura.
Voz tinta II
VOZ,som,acorde,vibrações, grito,
acorde som, grito, vibração
som
teste
1
2
3
testaaandooooo
microfonia, ruído, barulho
ouvido, orelha, cérebro
nota, pentagrama, sustenido,
clave, sol, ré, mi, música
ritmo, batuque,estrondo,
e fura o trovão, percussão, corda, sopro, ritmo
frequência, volume, surdez
ãhn?, o quê?, câmbio, desligo,
rádio, fone, phonos, toque, melodia, voz.
Voz tinta III
Eu sou mudo,
quando mudo,
quando voz.
Eu só mudo,
quando mudo,
conto os nós.
Eu sou voz
quando falo,
quando calo,
quando a sós.
Minha voz
é meu som,
Quando dom,
Quando voz,
quando vós.
Inté