
E o ano? Cadê?
do paradigma telecomunicado
Longe parece que não existe
não vendo não é
falta o que me falta pois
você, palavra
não você que aqui
que acá
que aquém
com essa minha vergonha de não querer sempre
essa vergonha reflexiva
talvez preso à minha pessoalidade
que vive a conjugar verbo
necessidade
de existir a qualquer custo
mesmo longe
o mesmo perto
Dentre cá pus
Clandestino
com o calor da respiração
latejando entre os panos
estou atrás da máscara
os tipos que passo são turvos como eu
minhas muitas peles
me recobrem de medo
meus pelos
que arrepiam pelo que passo
talvez não se assustem com esses meus medos
Guardo um grande cansaço
que cabe justo
no tamanho da minha cama
Durmo, com certeza
tenho pesadelos
mas eles passam
e eu?
fico
acordado
ao pôr dum sol
Passava uma fileira de formigas
passava uma fila de elefantes
nem mesmo a sombra explica
a pequena lógica dos gigantes
mina
Tenho em mim o fogo
que mexe
e que chama
a minha vida
queima
força imensa
imansa força
fazendo a fé dos meus feitos
por que um só coração para dois peitos?
Antes de tu do
era diferente
ao igual que era
do que era que conhecia
que ria
desconhecido
graças
ao que pensava
ser melhante
Esperas quantas
possíveis
horas
de recordar
agora não mais
mas antes sim
mas antes era
Das conformidades
Por que são feias algumas pessoas?
Tão mais belas seriam se mais belas fossem...
seriam até outras pessoas
séc. XIX
Dentro estou cheio de coisas
as quais muitas vezes não sei
até o que sei está aqui dentro
como a luz que varia entre o laranja e o azul
das nuvens que não variam e variam entre o sol
E o que há em mim?
o que comigo anda o que comigo canta o que comigo come
?
Quantos órgãos aqui vibram
que por vezes eu ouço
e talvez sinta esses meus peristaltismos perenes
esses músculos que estiro
o sangue que corre em mim mais do que correria
Chamo a ciência para fazer-me ciente do que em mim é presente e ausento
Chama que em mim consome
o que existe embaixo da pele
ÂNSIA
E quer tão bem
que quer tão perto
que quer tão bem
que quer tão perto
que quer também
querer incerto
que quer
que quer
que quer
que quer
querer que queira
como quero
Estranhos, álcool e eu
Envolto de estranhos e do álcool
desconheço o meu redor
um casal se beija
por línguas e olhos passam o tempo
entre enlaços de abraços sorrisos e pernas que se amontoam
estampam a indiferença com o mundo
com os estranhos
comigo
com o álcool
E vão como se dissolvessem no ar
sem se despedirem dos estranhos de mim e do álcool
partem para longe
para onde talvez dois já estavam
e eu
e os estranhos
e o álcool
permanecemos
eu perturbado
por também ser dois
e um
e só
todos falamos. é claro
e bebemos
e estranhamos por sermos tão iguais nesse desconhecimento
com que coragem conseguimos nos olhar não sei
olho o vazio que de nós três vaza
inventamos a música, o ritmo
discutimos a política
reclamamos iguais
e inventamos o tempo
para não morrermos cedo ou tarde demais
que festa dure o tanto que deve
o casal
já lá deve estar
onde já lá estavam
álcool, eu e estranhos
cá estamos
até quando pudermos três ser
Incerto
Claro como um sol
já tenho certezas
meio escuras e agres
sivas como as minhas
incertezas mas eu
misturo o que quero
com o que não. Escre
vo direito com a mão
esquerda. extenso
em curtos dizeres
meus curtos dese
jos; queixas de
mim aos demais es
frio na geladeira
do meu peito. às
vezes congelo o
que toco, a quem
toco. E malditas
dores que provo
co; invoco mil
demônios que me
perseguem da gar
ganta aos ouvidos.
Peço desculpas a
quem firo; aqui
me refiro a ti e a
mim, nessa veia aberta
que chamo eu.
Uma Fora
Oi
Tchau
a quem merece
S eu não quis
não chore.
a dor é minha
Na ausência das luzes
Por segredos deitava com mentiras
até apontava erros
com os defeitos insisti
criando mil jeitos
para que ainda permanecessem
assim secretos
E que besteira
como se no escuro esses estivessem.
como se não fosse claro que esses me eram ocultos
nas ausências mais evidentes
é que posso não enxergar
e ter absoluto
o vazio
que me oculpa
Inté