
O "advinho" é uma inspiração augustiniana, qualquer coincidência é mera semelhança.
aero plano
Vou voar
para além
voarei
e quando menos sei se um dia já voei
é quando já pairo distraído no ar
quando não gravo a idade
quantos pés que plano
ah tanta altitude
quando percebo
meus pés no chão
hipocondria
Uma felicidade miúda
tão viva como uma cárie
me doeu alegremente
jamais comi açúcar
mas amo estar doente
apreendiz
como te gostar
ainda aprendo
e o telefone tocará
e eu o que farei
atenderei
direi
errei
...
não sei
valor
Quanto custa
um susto?
um cacarejo
um furo
Das ilhas
sirvo-me de isolamentos
só fico
e só zinho converso comigo
com eu
comeu toda companhia
o momento monopolizado
me sentiria bem
se são fosse eu
quem me sentisse
sóis
são nuvens está cheia de paulos
repleta de ruas
cheia de carros
são coisas são vidas
sãos isolados
colírio aos olhos
olhos molhados
em
E calma pedi aos céus
e carma os anjos me deram
enquanto os dias vêm pelo que vivo
as linhas lançam o tecido
que tinjo que lavo
milagonias andando por aí
apressando os passos
apertando as mãos
abraços confundidos com amassos
e cacos perdidos no chão
não piso
, meu sangue,
não piso.
as palavras me invadiram
e me deixaram
sem o que dizer
a mor e
a morte
já são substantivos
infelizmente
enjoado como antes do vômito
insisto em verboerrar
traído mentira
louco?
Longe disso.
Perto, insisto.
perto de que?
da miragem
Estou perto caminhando
rumo ao horizonte
norte
rumo ao longe
que sempre ecoa nas letras
O som chega,
mas nunca basta.
fonte, jamais escassa
que pinga e chove na mesma taça
tempestade em caixa d'água
E desato esse rio
vazio
que mais grandioso rio
que filtro à fio
nos fonemas mascados
pela minha mão
Não!
não são rodas nada
é a minha voz
calada
meu calo que não se trata
ardendo ditoso na garganta
gritando
rápidos
restos
soltos
que aprendeu
Quanto dessa dor dependo?
Dar em tudo o que entendo
um tom suspenso
maldito suspense
que finge que penso
Pois se pensasse...
advinho
Já disseram:
ditados
de todos
tudo já dito
ditos, já fatos
caosjáculados
consulta
Procure
no seu riso,
pois eu já perdi
meu ciso!
VOAVA
A viola
inviolava
invioleve
melodia
voava vasta
vazava
soante
linha
Eu vou ter medo
aproximo
tempotempesto
vento no céu
jaz o futuro
na borra que bebo
enveneno de devir
devo à vida
copo de tudo
se vivo sou mudo
pelo principício
absurdo
fim
TEMPORADA
mas um verão
e mais um inverno
mais alguém mais perto
e eu com aquele papo incerto
na estação que estava
nenhuma paulista me consolava.
nem consolo
nem eu são
um ano passa depressa demais.
preciso de mais tempo para envelhecer
e conhecer
o que
tinha medo
nasci cedo
numa noite de sol brabo
caso não crie caso
quero que o acaso me case consigo.
numa tarde sem relógio
numa sala sem visita
nu mas sem vergonha
numa dessas
com a cabeça às avessas
espero rir à beça
desse nós
fora
Já tem sangue na rua
quero quero algo vermelho
para fazer o
coração maior
que uma casa.
para que fique
maior que coisa
que já pulsa
fora de mim
rebê
Matar os segundos muros
além daqueles serpenteados
de farpas
da amizade
um outro que pune
mais severamente
àqueles que não
o transcendem
agora não
Aném
disse a folha seca
diante do Juazeiro
Inté
eu só vi seu comentário no meu blog hoje! rsrs
ResponderExcluirobrigado :)
aguardo, e sabes que é quase um infarto, a espera pelo dia em que riremos à beça desse nós...
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