Os três contos; "Brasil com z", "Zona Franca" e "Coca Lala"; que estão aí foram possíveis devido ao encontro que tive com o João Francisco Barros, que me apresentou o Brigadeiro Arjão. Vejam o que acham dos contos dele. No mais é tudo, bons dias...
Brasil com z
Dentro do ônibus nada supera dois reais, ou três. Marco Polo sempre prezou pelo capital, mas o ônibus não tinha ponto. Exclamava, exclamava... Cara! A vela queimava! Mas do destino eu duvidava.
– Colônia! - disse sussurando o primeiro marujo enjoado.
– Mais laranja para o convês - diz Pero Vaz aflito
– Mais astronautas na órbita - diz Marcos Pontes.
As esferas rebolam a séculos. Precisamos superar o doce de leite e os lampiões à gás. Mais Itaipu nessa joça - clamou Moisés. – Mar vermelho de cianofíceas, seleções marinhas fadadas ao fracasso.
– Preciso de mais Américas para o meu mapa. Novos globos para essa terra chata - diz Marco.
– Vamos ao Polo - emendou o marujo enjoado numa voz enovelada pela degola da embarcação.
– Aquele cara era chatinho...
– É mesmo? - alguém duvidou - Olha a terraaa!!
Novamente alguém duvidou. Mas, aos poucos a tripulação era convencida pela silhueta de gigantes pelados e um denso matagal.
– Não comeria ela, muito asfalto pro meu caminhãozinho.
– Mas gosto do mar com todos seus pelos. Anêmonas dos cobradores.
– Quais são as catracas? Os tubarões? - disse Pero.
– Vais... Vais... caminha! - completou Pontes
– Pelo que sei, a terra é gigante! Vamos depilá-la? - disse Marco, que já desembarcava.
– Espera! Já vais? Não se caminha pelo mar... O tubarão mata...
– Gal! Gal! Vamos à costa! - disse impacientemente Marco - O fantasma do espaço já está fazendo muita sombra!
– Quanta sombra, minha noite é a estrela d’alva
“A estrela d’alva no céu desponta!!”
– Eu te amo Marco Polo. Sim, eu te amo!
– Minha flor. Não tem onde caiba esse nosso contâiner. Talvez nossos filhos sejam excesso para nossas mãos. Irmãos, queimemos as naus!
A embarcação foi o alvo de flechas flâmulas disparadas pelos gigantes que consumiam as caras. Mas as velas não acendiam! - Ação, Ação! - Todos embarcavam nesse calção.
Brigadeiro Arjão
postes
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comporty
Subi na balança
Pesava nós dois
Faço parte de um esquema
que cada parte
não sabe o que faz
Das menores pedras as maiores feridas
Cada caos é um caos
Repetição gera repetição
No meu país
Falam sem
Abrir a boca
Noite
Nasci fria, quase morta
o hálito que vazou do meu grito
era nitrogênio líquido, puro
Substância de pedras das geleiras que flutuam
Suava geadas em invernos constantes
Meu tato, que sopra
invade a fresta dos vidros
perturba o calor dos vivos
Riachos congelados chamam-me fria
Nasci escura, entre negra entre preta
roxo misto das sombras
rosto manchado de abismos
Par de asas insones: olheiras abrindo fechando
Se fecham as pálpebras percebem minhas penas
Espalhadas nos campos, plumas que disperso
cores de pólen intenso
bloqueio toda vista, cubro o céu imenso
Insetos luminosos chamam-me escura
Nasci eterna, descrente das coisas findas
o escorrer da minha ácida areia fina
incessa
Acompanho grão a grão de todo
Enterros
Derrames
meu cair constante descria desertos
definho as obras ditas mais fortes
Pirâmides duráveis chamam-me eterna
Nasci, percebam!
diariamente
amantes, olhos acesos!
Pois nada escapa da névoa do meu gelo
Pois nenhuma lâmpada esmaga meu voo
Pois já vi e verei o mundo ser poeira
aqueçam, acendam, pereçam!
chamem meu nome
Ou se esqueçam
Eu feito um ovo
entre
vivo e morto
frito-me de novo
na frígida receita
renasço remorro
eu
esse velho renovo
Perdoe essa escusa
, cara escura do meu brilho
mas me desabotoa
qualquer coisa suja
que me estranha
e me estreita o espírito
Zona Franca
Debaixo daquela rua haverá um tubo. Cilindros dormindo que durante a noite desafogam feito ursos, muitos ursos! Muita bagunça! em plena paz...
A recarga da descarga abafada pelo eco de poucas crianças estranguladas pela maciez de pelúcia barata: o urso saciado. O urso uiva:
– Vão ao cano, sociedade barata!
E as baratas reclamam um novo sindicato. O presidenta sentado na pele de urso rabisca seu nome. Dentro dos canos ecoam riscos de canetas que escrevem histórias paralelas. Os canos, os ursos, a tinta, na merda.
O céu veste olhos azuis para sair de dia, à noite mostra a íris morena. Chora às vezes. Às vezes pisca-pisca. Sem nunca tocar os ursos e os uivos. Lhe apontaram um cano que correspondia à luz atrás de um olho azul. Aquele expressava em garoa o seu leve choro... o desencontro constante. Um ciúme cego! Um triângulo sem perímetro! Somente um bueiro flagrava a troca de lente, da Íris. Lentamente
A paz faz pelúcias
a paz faz delícias
Um rapaz alimenta zoológicos com pipoca
Abonada a paz de um céu nublado pensando absurdos:
“- Se crianças esgoelassem
se canos derretessem
se gotas pesassem
se ar-refecesse
O que seria da
física aplicada
aos corpos...”
Sua pergunta não tinha? fim. Pra isso deu de usar crack. (Não espalhem). Entrou no cano. O urso tinha estetoscópio mas a assinatura era perfeita. Gosta de olhar janela nas sextas, mas sábado era o dia da feira. O momento da presidento apresentar-se aos presentes.
“A” cartilha anunciará o tráfico de drogas encanadas, além da localização do bueiro.” - Esta foi a mensagem projetada pela sombra de um amontoado de ursos em overdose. Íris estava na janela; tentando encontrar crianças encanadas e drogas estranguladas.
Brigadeiro Arjão
Era o dia se pondo.
aquela seriedade de lábios
aquela mudez
seria a própria sombra se expondo?
ou minhas cavernas
ou minhas trevas
ou meus espantos
daquela demolição ainda caem pedras
chove
feridas fechadas
nesse caça-palavra sem rumo
desisto e sphitrgumu
Lá dentro
Ah, lamento!
em mim você grita
pro mundo: silêncio
AFASTA-TE OU INFESTO-TE
Bizarre
J'observais
l'oiseau mourrir
Mais
avant
c'est moi qui suis
mort
O tempo voa na minha gaiola
Pés meus têm dimensões de países
ásias enormes
europas antigas
Pés meus não têm medida
avaçam na frente
ultramepasso
Coca Lala
Tchába Lala, a pergunta de muitas respostas. A sublime sombra da jabulani, poucas faces, muitas curvas. Os cupins do didgeridoo se divertiam ensaiando letras em suas cartilhas.
SO Let RAND O SOL E TRA ND O
TCHÁ BAL ALA T CHÁ B ABALALA. Jonas corre ao banheiro pelo corredor longo. Seus pés soletram a estampa do assoalho. Ambos (Jonas e assoalho) torcendo! de modos diferente... Muitas letras a frente, A traz ia também. “A” cartilha já não trazia tranquilidade. O banheiro era alvo querido; mas inalcançável... O pequeno corredor da pequena escola da pequena áfrica. Jonas mata formigas e nem percebe, sua bexiga é pequena como a letra da cartilha.
Cadarços causam acidentes. Não se pular e disser Tchába lala. Ao contrário: Coca Cola; que enche bexiga e cupim não gosta.
– Eu gosto...
– Foda-se!
– Amém! Me amem! - Taeq exclamou - Sou somente um cupim pulguento! Trabalho o dia todo pondo gás na cola!
– Coca?
– Boa idéia! Irei ao cupinzeiro solicitar um fétido banheiro químico, um tubo de super-Bonder gelado, e algumas garrafas!
– Jad-Log? É pra já?
– Porra, mas eu pedi de calabrezza
– Desculpe, não entendo Inglês. Não fiz Wizard, viver sem ciência sem fronteiras.
– Mas isso não tem nada a ver com o Jonas ir pro banheiro.
– Voltemos ao trabalho! Tchába Lala!
Tchába, o imperdoável. Dominou todas ilhas de Marte durante alguns segundos. Seus banheiros eram à prova de balas. Censurava lustres e exportava gás, muito útil para as comunidades assistidas pelas escolas modulares de papelão.
Brigadeiro Arjão
Eu, fruto de minha era,
como vindo de anciãs fruteiras
busco frases frescas
em uvas passas empoeiradas pêras
Retiro limo de cascas
descasco folhas secas
Talvez nem tão maduro
nutro abelhas
Dias entranhos
Esses que sinto virem
Das estranhas
Aos amanheceres
abro as rotinas
Retiro as sombras
das pálpebras cortinas
ô de casa!
Quem estando em mim consentiria
Quem está aqui e concorda
Bato dentro Ouço fora
Tudo que sinto
porta
O quanto desenho minha biografia
letras douradas
Auto lá, linhas premeditadas!
Vou tomar ar
pra ver
se me afogo
assim natura
Recebi um crachá com meu nome escrito à caneta
Não acho parecido
Devolvo cada letra
Essas curvas?
Minhas curvas?
Não
não sou eu
nem que seja
bibir
ter filtros
selecionar litros