19 de dez. de 2011

Células adiposas


Interurbanos pelos trilhos urbanos do meu Brasilgoianopaulista



Por favor não me empurre, pois me deixo levar fácil
Data: 11/11/2011


Tudo era figurado.
Data: 18/11/2011



Venha. E eu vou. Faça. E eu faço. Obedeço. Pedaço
Data: 21/11/2011



O absurdo me encanto
Data: 30/11/2011



É tão bom ser querido que a vida até faz sentido
Data: 03/12/2011



O problema dos jovens são os velhos
Data: 17/12/2011



Quem aceita consente
Data: 17/12/2011



. esperar que direcionem minha vida sem sentido .
Data: 17/12/2011



Veja a vida em três dê
Data: 17/12/2011



E pensar que minha vida inteira será uma música sem ritmo e Descom passo ventrícolo que ventre que cúmulo químico
Data: 19/12/2011



Bloco denotas
Data: 19/12/2011



Repentinamente um peido na sala de reuniões. Que sala de reuniões?
Data: 19/12/2011



O que hoje tão distante, vizinhar-se-á. como a mera quimera coincidência de fazer o próximo. Por favor o próximo
Data: 19/12/2011








Inté

4 de dez. de 2011

"com quais palavras você se despe?"








Novos métodos, vejamos como saem




À revelia

Escorregadio é esse pulso
tumulto
toma-me e tomo
direciona e rumo
para minhas vontades
que reviram
revoltas
requerem
essas coisas que requebram
e quebro a cara
que encara o mundo
com os meus desejos



PALAVRAS DE MULHER DE VERDE

Ela foi ridícula mesmo, né?
Ela não é certo
Eu espero que isso não aconteça
É eu nasci assim também
Como é que é?
Um negócio enorme desses
Não ia nem mais olhar na cara dele
Não, mas eu não quero não
É Guaraná!
Ai gente, ele brilha muito no sol!
Vamô combiná que ele é bem melhor que o resto
Olha a cara dele
Puta que o pariu!
Tá ótimo.
Faz a pose Wolverine...
É verdade, não acredito




PALAVRAS DE HOMEM DE LARANJA

Aí ele virou para ela e falou:
Não, mas tem gente que
não está acostumada a ouvir viola caipira, né?
Dois paradoxos
Esse tipo de frase, é aquele tipo de frase que você coloca assim, ó...
É
Qual o feminino de galã?
Galoa, rá rá
Acho que é só fama isso aí
Vou atrasar a aula de todo mundo hoje
Leoa.
Tchau!



PALAVRAS DE HOMEM DE AZUL

Everybody let's rock
Dancing to the jailhouse rock
Riding make
But ain't no cute for my solitaire blue
But live that
when the twist has gone
In America!
I give my cousin a free life
Nobody knows in America
In America!
YEAHHH!
Everybody now LA
LA LA LA LA LA LA LA
Never know how much I love
Never know how much I care




PALAVRAS DE CACHORRO DE PRETO

...




MAIS PALAVRAS DE HOMEM DE AZUL

Mas me enganei
Eu tinha que tomar uma atitude
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO
Tudo o que você queria ser
sem medo
na estrada
na sua estrada
ou nada
ou nada
meu caminho é ida sem volta!
Eu vou ver Cristina
Quem canta comigo canta o meu refrão!
É pra você saber
pra se viver é preciso da mulher
Mas a base é uma só



PALAVRAS DE MULHER DE BRANCO

Temas estratégicos no campo dos estudos urbanos
Novo plano diretor para o município de São Paulo
Flávio Vilaça
o professor Flávio Vilaça
ao se debruçar sobre o tema e analisá-lo a fundo
Marcadas pela qualidade de produção intelectual
A congregação da faculdade de arquitetura e urbanismo
Perante a vice-presidente
São Paulo seis de Dezembro de dois mil e onze



PALAVRAS DE HOMEM DE CINZA

O que vai acontecer quando você tiver quarenta anos?
então tá tudo bem.
Todos professores são milionários
Mas foi o nosso critério
Não que lá as coisas sejam maravilhosas
"Há conteúdos redundantes?"
Eu moro no bloco de trás
Esotérico
O contrário de esotérico é exotérico, pra fora da escola
E é uma tentativa de reerguer o espírito americano
A resposta inteligente é: Isso é uma brincadeira
"Se você tiver algum problema que recorra à justiça!"



levar

Porque não
está tran
quilo de tu
do

As pequenas
coisas já
não eram
pequenas
e a seguran
ça
dissolveu-se
no passar
dos fatos

Que fardos
desolantes
pesados

Como se
carregando
esses sacos de
vento a vida
fosse mais im
por
tante
ou mais
grave



Não tem cabimento!

Não caibo no meu corpo
Não caibo!
Não caibo na palavra
Não caibo!
Não caibo em você
Não caibo!
Não sei o que me conteria
Não sei se caibo em argumentos
Não caibo em argumentos
Não caibo!
Não acabo!
Não caibo!
Estou além dos limites
Não caibo no verbo
NÃO CAIBO!



Residencial Garden

No sobe desce dos elevadores
novos engenheiros no 5º andar
um casal de médicos no 10º
e a dona da revistaria no térreo

Só dois elevadores é muito pouco
esse movimento é mais dinâmico

Enfartou um velho juiz do 9º
já viúvo da sua esposa que falava francês
Mudou-se um dono de banco

Morrem as pessoas
descem até o subsolo
Quem mora mais perto do
chão tem uma descida mais curta.

Mas sempre renovam,
sempre há uma menina
da cobertura que corre
até a garagem para brincar
de vólei com a afilhada do
porteiro

A professora do 3º
que não dorme por
causa da baderna
que o filho da
subsíndica faz
tomo Domingo à noite

O síndico do 7º
foi reeleito por unanimidade
pelos dez presentes

o edifício
fica de pé
a estrutura reside concreta
3 suítes 2 banheiros 1 piscina
2 suítes 1 banheiro
1 quarto 1 suíte 1 banheiro
2 quartos 1 banheiro
1 quarto

Encontros no hall de entrada podem ser os últimos
Por que esse elevador demora tanto?
E se todos chamassem os dois elevadores
Essas caixas metálicas não nos
suportaria
mos
não poderíamos estar juntos
planejamos as alternâncias dos
horários para evitar essas
coincidências desagradáveis
nas quais constatamos
que vivemos a andar empilhados



escrever é um risco

Não sei se um vício
ou um ócio
essa minha repetição
que aqui já não evito
escrever é um risco








Inté

28 de nov. de 2011

Devagarinho







Novidades à parte as coisas mesmas.


bobos em cortes

o teatro
desata
na minha frente

eu como pipocas

e assisto
invariavelmente


micro fonias

A multidão chiando
quantos indivíduos
e casais possíveis

o anagrama dos milhões

balbuciar embutido no ar
signos insignificantes
míudos e muitos
mil te dão



Ludens

Somos crianças
inocentes
desfilando em roupas de adulto
falando absurdos
Fingindo de sério
invejando brinquedos

olhar desconfiado curioso
medo dos estranhos

Brincar é o nosso verbo
e que nos levem a sério
quando morremos

de rir



encontro

Como são curiosos os encontros
meus olhos instigados
antes de encontrar
desejavam
total anseio

E que brilho tem os olhos
se não desejos ilustres
e luzes cegantes
ofuscando os fiascos
que fiamos

Profunda é a lágrima
que dentro do olho canta.



Acontece

DIGNA
MENTE
a mente se
indigna

quanta desigualdade

oh,
mundo
oh,
sina



bicho priguiça

Sou brasileiro demais
engoli o sol e as carne em mim
desfizeram-se

virei pasta

incandescente

murri

reencarno



ALÉM MARTE

TRANSPERECE
A VIDA QUE
ÉVIDENTEMENTE
EVAPORA

O OUTRO LADO
ALÉMDO
ALÁ

NOUTROSTADO ESTÁ
OUTROHORA







Inté

23 de nov. de 2011

Células nervosas


Grave, em breve






Coisas francas parecem mais brancas, não pela raça, mas pela franqueza. De tão branca parece certeza e até vê mais bela cada gota de cor
Data: 10/12/2011



Boa noite ao mundo, que metade dorme e metade desperta
Data: 11/11/2011



Nada já é alguma coisa
Data:11/11/2011



Prazer Desgosto! Estou feliz quando não com seu rosto
Data:11/11/2011



Rogo por uma regra que não se reduza à maioria, mas que se expanda ao ínfimo
Data:11/11/2011



Já no começo antevejo o fim
Data:13/11/2011



Dói meu doído dedo dodói
Data:13/11/2011



Notei o mar de terra que engoliu a humanidade pretérita, memória subterrânea aflorando insistentemente instantânea
Data:15/11/2011



Por que temos que ser completos, a todo instante todos instantes. Antes ser tudo, do que nada constante
Data:15/11/2011



Quem amigo aviso é
Data:17/11/2011



Meu coração de manteiga prestes a virar lama, tão mole tão sujo. Inflama
Data:20/11/2011



Decida se decida-se
Data: 20/11/2011



Se eu era feito de mágoa? Desconheço. Sou mais um espirro, uma risada.
Data: 20/11/2011



Concebo o mundo estranho como se fosse meu conhecido. Todos tão iguais nessa indiferença
Data: 21/11/2011



Há esquina no perigo. Enquanto dobro o risco, resolvocomplico
Data: 24/11/2011



Perdoado pelos crimes bárbaros cometidos contra a humanidade, deus confessa sua inexistência.
Data: 25/11/2011



Apesar dos pezares te prezo
Data: 27/11/2011



Faz bem, e faz bem mal
Data: 28/11/2011



Se eu demoro não implica que eu demoro não implique. Chega de espera, não vá e não fique
Data: 28/11/2011










Inté

11 de nov. de 2011

Lacrimógeno




A situação é grave



sandice

E o poeta louco
que confunde
o como tal
com o é

vê estrela vê vagalume

enxerga o que?
nem o que
nem o
que quer



Apelo último

Foda-se!
Tarde demais,
já estava fudido.



cozinhar

Vermelho
como tomates
são meus
olhos de
cebola


causo o cáustico
receio
quando afirmo
com certezas



contemplante

Como o céu me parece um teto cinza
mesmo se desabasse em forma
de gota. choveria preto sobre
minha cabeça. é melhor parar
de olhar pra cima, vai que caí num
bueiro.



O movimento

Vai o meu medo
e me convence quem está errado
quem?
quem é o movimento
ele tem nome, endereço, mãe
pois tenho e fico perdido entre todos
que não sei como movo
para onde movo
mas canso de estar parado

onde estou?
onde estão os outros
e nesse baile de partidos e partes entre vestibulares
cacetetes, sexo e drogas e assembléias
onde estamos?

talvez dentro desse medo
pois me parece que somos mudos
e mudamos quando temos
coragem de não calar



RUA

Es tatica mente
na cidade move

que em quanto muros ruas moras
se perde entre vivos e vaias mortas

recordar a vida que queremos

talvez sejamos um pouco menos
do que esse excesso que nos provoca



resoluções

Conflito eminente
costuma ser aquele
que sei a solução
antes de querê-la

e como acontecem
soluções indigestas

eu com dor de barriga de consciência



QUANDO TU NOTAS

Eu maestro dos mudos
e mestre dos monstros músicos domando suas notas
netas dos gritos
grutas dos primatas
batendo em mamutes com claves de sol
a sol a sol
em solos musicais
e nem reclamavam do refrão
pois não falavam
cantavam sem cifrão



estrangido

Pior é sentir-se
intruso
mesmo aberto estar chiuso
e nesse recanto restar recluso



Banha de lua

LUA
LIMPA
MINHA' LMA
QUÉSCURA
MENCARA
QUE TORTA
MI TORTURA



IN VITE-ME

Não entende talvez
mas eu faço perceber

talvez eu também não
seja um convidado
e incomode como me
sinto incomodado
e tão sutis são as
coisas das presenças
e só ficam
in cômodas



CORAÇÃO CORADO DE SENTIMENTOS TÃO DESBOTADO COMO AS ROUPAS QUE LAVO.
QUE LARVA ME RÓI POR DENTRO E VISTO ESSE OCO ENCOURAÇADO









Inté

30 de out. de 2011

Sempanhias


E o ano? Cadê?



do paradigma telecomunicado

Longe parece que não existe
não vendo não é
falta o que me falta pois
você, palavra

não você que aqui
que acá
que aquém

com essa minha vergonha de não querer sempre
essa vergonha reflexiva
talvez preso à minha pessoalidade
que vive a conjugar verbo
necessidade
de existir a qualquer custo
mesmo longe
o mesmo perto



Dentre cá pus

Clandestino
com o calor da respiração
latejando entre os panos
estou atrás da máscara

os tipos que passo são turvos como eu
minhas muitas peles
me recobrem de medo

meus pelos
que arrepiam pelo que passo
talvez não se assustem com esses meus medos

Guardo um grande cansaço
que cabe justo
no tamanho da minha cama

Durmo, com certeza
tenho pesadelos
mas eles passam

e eu?

fico
acordado



ao pôr dum sol

Passava uma fileira de formigas
passava uma fila de elefantes
nem mesmo a sombra explica
a pequena lógica dos gigantes



mina

Tenho em mim o fogo
que mexe
e que chama
a minha vida
queima

força imensa
imansa força

fazendo a fé dos meus feitos
por que um só coração para dois peitos?



Antes de tu do
era diferente
ao igual que era

do que era que conhecia
que ria
desconhecido
graças
ao que pensava
ser melhante

Esperas quantas
possíveis
horas
de recordar
agora não mais
mas antes sim
mas antes era



Das conformidades

Por que são feias algumas pessoas?
Tão mais belas seriam se mais belas fossem...
seriam até outras pessoas



séc. XIX

Dentro estou cheio de coisas
as quais muitas vezes não sei
até o que sei está aqui dentro

como a luz que varia entre o laranja e o azul
das nuvens que não variam e variam entre o sol

E o que há em mim?
o que comigo anda o que comigo canta o que comigo come
?

Quantos órgãos aqui vibram
que por vezes eu ouço
e talvez sinta esses meus peristaltismos perenes
esses músculos que estiro
o sangue que corre em mim mais do que correria

Chamo a ciência para fazer-me ciente do que em mim é presente e ausento
Chama que em mim consome
o que existe embaixo da pele



ÂNSIA

E quer tão bem
que quer tão perto
que quer tão bem
que quer tão perto
que quer também
querer incerto
que quer
que quer
que quer
que quer
querer que queira
como quero



Estranhos, álcool e eu

Envolto de estranhos e do álcool
desconheço o meu redor

um casal se beija
por línguas e olhos passam o tempo
entre enlaços de abraços sorrisos e pernas que se amontoam
estampam a indiferença com o mundo

com os estranhos
comigo
com o álcool

E vão como se dissolvessem no ar
sem se despedirem dos estranhos de mim e do álcool
partem para longe
para onde talvez dois já estavam

e eu

e os estranhos

e o álcool

permanecemos
eu perturbado
por também ser dois
e um
e só

todos falamos. é claro
e bebemos
e estranhamos por sermos tão iguais nesse desconhecimento
com que coragem conseguimos nos olhar não sei

olho o vazio que de nós três vaza

inventamos a música, o ritmo
discutimos a política
reclamamos iguais
e inventamos o tempo
para não morrermos cedo ou tarde demais
que festa dure o tanto que deve

o casal
já lá deve estar
onde já lá estavam

álcool, eu e estranhos
cá estamos
até quando pudermos três ser



Incerto

Claro como um sol
já tenho certezas
meio escuras e agres
sivas como as minhas
incertezas mas eu
misturo o que quero
com o que não. Escre
vo direito com a mão
esquerda. extenso
em curtos dizeres
meus curtos dese
jos; queixas de
mim aos demais es
frio na geladeira
do meu peito. às
vezes congelo o
que toco, a quem
toco. E malditas
dores que provo
co; invoco mil
demônios que me
perseguem da gar
ganta aos ouvidos.
Peço desculpas a
quem firo; aqui
me refiro a ti e a
mim, nessa veia aberta
que chamo eu.



Uma Fora

Oi
Tchau



a quem merece

S eu não quis
não chore.
a dor é minha



Na ausência das luzes

Por segredos deitava com mentiras

até apontava erros
com os defeitos insisti
criando mil jeitos
para que ainda permanecessem
assim secretos

E que besteira
como se no escuro esses estivessem.
como se não fosse claro que esses me eram ocultos

nas ausências mais evidentes
é que posso não enxergar
e ter absoluto
o vazio
que me oculpa









Inté

29 de out. de 2011

Células sensoriais


Outros vindos dos chips



A vida é tão pequena pra se pensar em átomos
Data: 02/10/2011



O tempo virou chuva chuvirada chuvarada
Data: 02/10/2011



Old is chool
Data: 06/10/2011



Um dia mudo para melhor falar
Data: 07/10/2011



Pedirá tréguas àquela que não se entregou. Àmante que amará, amarra que adiante. Barbante, nó, corda, sufocante.
Data: 07/10/2011



Foi num dia de chuva. Azul de céu, cinza de escuro, úmido dia, noite de sol. Fundo tempo. Profundo lembrar. No barro embaixo do pé a lama se molha e cria a memória. Quando criança, relembrâncias, inventâncias, há outras dez mil infâncias por trás de cada gota contra gota. Pé contra poça. Vento contra corpo. Tormenta sem mar. Mar mar mar dentro de mim. Mais dentro estou e fora ondu lar.
Data: 08/10/2011



O que fala, o que sente, o que muito e pouco. Ou frio ou tanto. Vazio completo vago: o que dentro o que fora desvivendo amemória.
09/10/2011



Se ao menos as tarefas cumpridas comprassem um tempo livre, se não essa tanto que por tanto já me poupei pede-me mais metas
Data: 11/10/2011



No fim da vida saber do tudo que já bebi Desse rio que engulo, nesse tempo que me corre
Data: 23/11/2011



Tal calor já me dá calafrios
Data: 27/11/2011




Inté

9 de out. de 2011

Infiltrações


O "advinho" é uma inspiração augustiniana, qualquer coincidência é mera semelhança.


aero plano

Vou voar
para além
voarei
e quando menos sei se um dia já voei
é quando já pairo distraído no ar
quando não gravo a idade
quantos pés que plano
ah tanta altitude
quando percebo
meus pés no chão



hipocondria

Uma felicidade miúda
tão viva como uma cárie
me doeu alegremente
jamais comi açúcar
mas amo estar doente



apreendiz

como te gostar
ainda aprendo
e o telefone tocará
e eu o que farei
atenderei
direi
errei
...
não sei



valor

Quanto custa
um susto?
um cacarejo
um furo



Das ilhas

sirvo-me de isolamentos
só fico
e só zinho converso comigo
com eu
comeu toda companhia
o momento monopolizado
me sentiria bem
se são fosse eu
quem me sentisse



sóis

são nuvens está cheia de paulos
repleta de ruas
cheia de carros
são coisas são vidas
sãos isolados
colírio aos olhos
olhos molhados



em

E calma pedi aos céus
e carma os anjos me deram
enquanto os dias vêm pelo que vivo
as linhas lançam o tecido
que tinjo que lavo

milagonias andando por aí
apressando os passos
apertando as mãos
abraços confundidos com amassos
e cacos perdidos no chão

não piso
, meu sangue,
não piso.
as palavras me invadiram
e me deixaram
sem o que dizer
a mor e
a morte
já são substantivos

infelizmente

enjoado como antes do vômito
insisto em verboerrar
traído mentira
louco?
Longe disso.
Perto, insisto.
perto de que?
da miragem

Estou perto caminhando
rumo ao horizonte
norte
rumo ao longe
que sempre ecoa nas letras
O som chega,
mas nunca basta.
fonte, jamais escassa
que pinga e chove na mesma taça
tempestade em caixa d'água

E desato esse rio
vazio
que mais grandioso rio
que filtro à fio
nos fonemas mascados
pela minha mão
Não!
não são rodas nada
é a minha voz
calada
meu calo que não se trata
ardendo ditoso na garganta
gritando
rápidos
restos
soltos
que aprendeu

Quanto dessa dor dependo?
Dar em tudo o que entendo
um tom suspenso
maldito suspense
que finge que penso

Pois se pensasse...



advinho

Já disseram:
ditados
de todos

tudo já dito
ditos, já fatos
caosjáculados



consulta

Procure
no seu riso,
pois eu já perdi
meu ciso!



VOAVA

A viola
inviolava
invioleve
melodia
voava vasta
vazava
soante



linha

Eu vou ter medo
aproximo
tempotempesto
vento no céu
jaz o futuro
na borra que bebo
enveneno de devir
devo à vida
copo de tudo
se vivo sou mudo
pelo principício
absurdo
fim



TEMPORADA

mas um verão
e mais um inverno
mais alguém mais perto
e eu com aquele papo incerto
na estação que estava
nenhuma paulista me consolava.
nem consolo
nem eu são
um ano passa depressa demais.
preciso de mais tempo para envelhecer

e conhecer
o que
tinha medo
nasci cedo
numa noite de sol brabo

caso não crie caso
quero que o acaso me case consigo.
numa tarde sem relógio
numa sala sem visita
nu mas sem vergonha
numa dessas
com a cabeça às avessas
espero rir à beça
desse nós



fora

Já tem sangue na rua
quero quero algo vermelho
para fazer o
coração maior
que uma casa.
para que fique
maior que coisa
que já pulsa
fora de mim



rebê

Matar os segundos muros
além daqueles serpenteados
de farpas
da amizade

um outro que pune
mais severamente
àqueles que não
o transcendem



agora não

Aném
disse a folha seca
diante do Juazeiro









Inté

24 de set. de 2011

Células




Alguns fragmentos feitos no celular. Desmensagens:



Todos tvêm
Data: 2011/09/22



O insone manifesta, as horas são de massinha. Corpo meu que mudo, e nem medo da noite, sou forte. Posso o quando que quero, penso o quanto que espero à noite vencer diante do sol. Só viro a tensão do escuro meu amigo que me é mudo, eu sou o fundo: um pouco, um tudo.
Data: 2011/09/21



Sou fraco como um desejo.
Data: 2011/09/16



Não sei se erro, ou simplesmente vivo. Se constantemente quero ou se desejo, fico.
Data: 2011/09/16



Encontros assim com quem já vi são outras pessoas que vejo, que sei. Mudam os jeitos, eu mudo diante de tudo, não sou nada do que dantes. Ou quase nada. Tenho de ter fé, ou descrença, susto ou paciência, para tentar conseguir viver junto do presente.
Data: 2011/09/07



Quero algo que não sei. Algo. Um dia quererei.
Data: 2011/08/23



Com que indignações regresso pra casa, engulo-as com a janta. Resolvo-as na vida, privada.
Data: 2011/08/23



Jorram palavras, derramo. Batem palmas, eu canto.
Data: 2011/08/23



Rezava, agora como.
Data: 2011/06/30



Não liguem se não ligam. Disse a caixa de mensagens.
Data: 2011/06/28



Esperar é uma arte, desesperar faz parte.
Data: 2011/06/28



Rio enquanto há mar
Data: 2011/06/28



Os outros, nunca parecem poucos
Data: 2011/06/27



Falando pouco, dizendo nada.
Data: 2011/06/09



Não esquecer de não lembrar
Data: 2010/12/12









Inté

10 de set. de 2011

Tá errada a garoa


Vão alguns bem diversos, coesão não é meu forte.


D'aquela conversa

Aparentas ser
aparece-me
apresento-te
e jogamos às caras
nesse baralho de mãos
vestes mil
que incontáveis és
e entro com aquele velho truque
de não negar que truco
blefando
e minto
E mentes?
Omites
e sentes
e sinto
como dessomos
sendo nós mesmos



O que tu comes?

No platão do Patrão
não há coxas:
só asas



com

Entre quem fala e quem escuta
há quanta vírgula muda
e tanta história surda
que o que comunica um oco ao outro
torna-se muito de tão pouco
sopro

por trás de cada qual
e dentro de cada quem
complicam-se
no desencontro que os põe
juntos
separados
os dois
por estarem multiplicados
múltiplos
sentidos

apelo à pele
com o pó do tempo
e tudo que há de intento
quando um verbo enfrenta outro



possível

Das coisas que podiam
são várias
do que seriam
coisas reproduzindo-se no não estar
e sem tempo de refazerem-se
revêm
reprimem
comprimem no não foi ainda
no nu presente que sente a
falta dum
faltou
desejos do incompleto
vontade que re pousou



des carga

quanto pesa o pensamento
doze toneladas
ou meio argumento?



outros soltos

Você
Quem és tu?
pessoa-gente
Pergunta mais absurda
,que o que é quem
se não um quando meu perdido
um como que ignorava
ou mal entendia

Quem
uma taça de vidro que retem o ar
um pouco meu que estrangeirizou-se
incipiente recipiente
flutuando entre mim



Barriga

lombriga mais orgulhosa não sei
do que a que mora dentro do rei



cria

Já não era das mesmas medidas
os desejos não cabiam nas calças
os pêlos embaraçavam as memórias

Tamanhos, não teve prazo para os fermentos serem compreendidos.
dilatava inconsciente
se esfregava no conforto ausente



aguante

Chovia
no chão
ventava
em meu corpo
tempestades
onde estão
no silêncio
do seu sopro



Nas escadarias de um teatro municipal

E já perdi
e já perderam
qualquer sentido
que não me agrado com o que me consumo
enchendo os bolsos de dívidas e preocupações
vou, não para onde aponto,
mas sigo mesmo sem saber
porque sou de duas pernas
e quando estou com elas sinto que sou mais que um apartamento
de um prédio
de uma quadra
de uma cidade
vazios



melhorando

Como ele ficou feliz
quando o sol se abriu
e o relógio se fechou



com sigo

penso de repente
como suporto
insuportavel mente



Mudança climática

Quando chegarem os soldados
armaremos uma armadilha
usaremos pólvora e fogo
e diremos que a guerra é fria



descoberto

Terei um fim
e já estou a tê-lo
esfarinho entre as roupas
mas como ainda permaneço
E pessoas explodem
enfartam
acidentes chovem invisíveis
riscos e ciscos grudados nos óleos
da pele

podem girar os relógios
consolar as viúvas
Agora eu já sei!

Vou morrer



Não será você que vai me dizer que fique

E os sexo ficou suspenso
fumaça e embaço
embaraçei
não sei se erros foram de quem
e aliás do que valem as metafísicas
corpos que não
fui
e disse falo
que não foi
calou-se naquele nó
o nós desamarrado
a porta sem graça
pronunciou um tchau frio
bye baby
Deixa
agora é pra próxima



método científico

porque a água do filtro é fria?
não é fria não
ela mente pra língua



saúdo!

Quisera ter uma dor antiga
dessas que o poeta explica
e o papel encharca de lágrimas

Tão amáveis dores
tão doídos amores
que minha tormentas tornam-se plácidas

Que infernais febres
ardem nos dias mais alegres
nos sonhos de suas moças máximas

Como surge mais negro seu céu
como é impenetrável esse breu
dessas noites tão clássicas

Até no morrer se tinha mais vontade
Ah, como eram nessa antiga idade
Tempos doirados, tempos de não voltar mais



29:00

o pó que segura um dia é capaz de voar no mais simples sono
... amanhecia



dezoito

Já posso ser preso
já posso ser presa
já posso ser teso
já posso certeza



POESIA

dor mais estranha não tenho
quanto mais explico
menos entendo






Inté

20 de ago. de 2011

Dieta



O céu tá de nuvem. Enquanto isso escrevo:



donde?

Não quero
me perder
enquanto me
encontro



5ª Av.

Era um cara
do seu lado
Era um cara
o encarava.
Era uma cara
a mais que passou



camuflado

O caos me chama
em todos átomos
quando escrevo bestamente
reflito e acovardo
meu medo é minha fraqueza
enquanto ainda o quiser



Meu legado

O que me apaixona
(e me enraivece)
é que é
você quem me lê



Passante

meras besteiras
essas gravidades da vida



ROLHO

O gordo rolou o olho
no bolo
comeu-o todo
se possível engoliria o globo
não sofreria
nenhum engodo
a não ser outro bolo
recheoso bolo
para tentar essa glutão



em

prazer que tenho
profundo
quando você é em mim
aí sinto o meu não ser posse
sinto-se conjunta mente
inteiro
partir para o nós
possíveis



soma

Todos estão numerados
todos
terrenos brancos ruas pardos
e os números amam-se
até adquirem um certo grau de imprecisão numérica
respiram nas calculadoras

a beleza das dízimas
as infinitudes das dúzias
esquece-as, esqueça
infinitamente calculais



descer

Quantos seres
não são
mais do que
puras inexistências



extra

e os superhomens alérgicos a pó
morreriam de pedras verdes
esmeraldas radioativas
elegantemente mortais
vale até vir de outro mundo.
pra morrer dessas besteiras



paratempo

Menos dias pro meu calendário
vou arrancar nem meia folha
para que os segundos grampeados rendam
que esses dias aí da parede
não corram nas minhas mãos
já riscadas como celas
superlotadas
de histórias



alustre

Diálogo mais óbvio
não existe do que
esses olhos mais úmidos
que guardam lágrimas
espalhadas nas orbes
esperando algo a mais
além do frio brilho
dos retratos e
dos cristais



depois

fracos são
os ossos
a voz é o que
sobrevive



disritmias

De minha parte
sempre quis amar-te
meu coração talvez não opere
talvez não se encaixe



meu centro

aceito as modificações
o mundo gira dentro do meu umbigo
e que belo giro levo comigo








Inté

28 de jul. de 2011

McFirenzeFeliz




E as férias, já era. Buono viaggio, arrivederci Italia; inté.


testamento

o tempo morto me trouxe boas novas de mim
trouxe-me
um pacote
de envelopes sem fim
que todos abri
menos este último
este último que aqui me encara
esta última carta
chamada presente



Mistério

Quanta língua pesa na boca do alfabeto
cada letra sua cicatriz e seu urro de voz
quem dera fosse oposto, letra esfinge
sem compromisso de significar
insignificando a rima
nem adianta 1ª conjugação



A imagem e a semelhança

Dez dedos
para dez anéis

O deus do barro fez o homem para casar-se em dez.
amém

Uns dizem vinte
mas aí já é outra tribo



permitido

Se até noutra parada
as vontades passassem sem pedir benção
o meu desconforto de agora teria existido
as pregas que forçam as desvontades
são os mesmos porquês
as mesmas dependências
que redimem as servidões
e completam os destinos lógicos

o direito é daqueles que têm
se não possuis
direito algum



ponte

A 11 mil metros do mar
não caio
,
rápido
, antes os pneus acolhem o chão
aterrisso na terra
aterrorizado com a altura que supero
e não



brinca

Escrevo como quem
criança
pulo



pula


a linha
que



me infância



reverberar

No oco
da boca
eco
digo
ouço

ouço

soa a carne
no osso
o osso



Além de dois

bem e mal
e o resto
, que vive



viração

o sol partiu
foi ce
em mil estrelas

brilhentos furos
piscando pregados no teto
descoberto

despedaços do dia
pendendo sobre a minha cabeça



Minha fé (Piauí)

jeitim tão bom
que humildade que simplicidade o quê?
estou falando de gente
num é di cristu não..

é só uma vontade de dar abraço
de rir junto
de estar junto
calor de conforto
afeto que arrepia
...
nada que lembre aqueles
dois pauzim véi
do calvário



Queima de verão

Turistas,
são tão belos

comprando



correria

Correm crianças na rua
e adultos remorrem histórias na sala
...
quem dera os livros fossem feitos de terra



Quando

Vez ou outra percebo o caos
seguranças evaporam impassíveis
sem querer me vejo nu no inominável escuro.
as paredes se dissolvem
e mesmo o que me vem contra
já não me vem mais

um homem sem seu oposto ainda o é?

pois aí sou solitário
solidário ao nada,
não por poesia
,mas por ocasião

aí percebo como sou,
aí que as palavras se perturbam
turvam
perdem

aí não há verbo
só eu só
ponto sem final



yes Sir.

os caminhos
soldados
da guerra
fundidos
pela lei



solucionando

Tenho raiva
mato
tenho culpa...
cavo



bandeira

Qual lugar que fugir
se parado mudo
arrastar tudo cavucar
e minha carne frágil
torna-se tanque
a fazer guerra contra o que fico



medo médio

toneladas milhares alturas cruzes enormes
gigantes cruzes cúpulas infernos
capelas telhas escadas fés milhares
de pedra
Deus me livres de serem esmagados



impessoal

Minha pessoa
qual? quais?
pois me puno me agrado me sexo me casa
quantos mis me rebato
debato qual eu é menos outro
mais pura parte que misturada
no tempo não seria
instante

E eu tão distante
procurando pepitas
nesse rio Vermelho

talvez seja um grão
chamado mundo inteiro



Num dia

Secocentoperdaposselínguasolidão permite-me o barulho de não ser silêncio inexato momento de não deixar o outro dizer o contragosto e espetar contra as minhas tristeza e alegria. Tomo indiferença contra esses, acumulo desgosto pois é o único ser que me acomoda, essa medusa de 651 pontas, essas noites de cansaço e sangue que bebo toda manhã. Quebro, me acidentifico e recupero meu descanso na noite que não durmo. Planejo minha vida até minha morte, agendo desenvolver-me, evoluir-me, indiferenciar. Pretendo negar as concessões; ordens, não sigo, não sigo ordens. Exageros tão belamente fiados (tapetes persas que despenderam milhões de escravos, arabescos armados, mil rubis prateados) são um saco. Por que escrever? Gastar do grafite do mundo, rasgar a esmo as queridas árvores do globo: Não há motivo; somente ato. Meu nome? Chamam. É a autoridade, O papa, O rei Do tráfico? Não. Então descanso.
Durmo. Boa Noite.



remando

Tomo da xícara o chá
quente
e permaneço frio
qual calor que
esquenta
esse meu gélido rio



passa porte

Comprou todos ingressos
Esperou todas filas
Estampou em todas camisas
Seguiu todos roteiros
Tão satisfeito!
conheceu
tudo



Repaciente

Destituí-me
de vontades,
guardei-as
num pote
para abri-lo
quando quiser,
Quando quererei?
Só o pote pode dizer.



conhecer

certamente o paladar
concorre com o cheiro
tanto quanto te
conheço
mais sabores
vejo



oco

Duas costelas faltantes
de pancadas que não levei
de cirurgias que não tive
simplesmente ausentes
tanto quanto a explicação



Diante da foto

Compro papel com desgraça estampada.
o que vejo me emociona.
Mas meu deus, porque essa emoção comprada?
Me traio na estampa
que pinta essa cara de gente sofrida
e sinto.
será que sofro só por essa tinta
paga?
apago os outros passando-os de folha em folha?
penso
se não morro
por sofrer esse papel.



regressiva

morro cada dia menos
até minha morte
ainda viverei



mordida contida

Tanta raiva
capaz de trucidar um grão de açúcar
e tão inexplicáveis e óbvios
os sentimentos amargos guardados
que nas escuras sombra
e momentos de espera
o frio desvela-se na pele
e até cria receios
desses escuros fundos poços
essa fúria desumana
desmedida
e que também sou



invento

Barulho desajuizado
você me lembra uma batida
de limão
chacoalhando minha cabeça
tremendo o chão
você merece o prêmio dos desmerecidos
raivosos cães babantes são seus parentes
famintos familiares que fuçam a terra
atrás do meu pescoço
que exibo com orgulho para os vampiros e jacobinos
mas não me preocupo pois não sou rei
nem tenho sangue
nem tenho medo do sol
nem de revolucionários
por quê talvez seja nas noites de sexta manhãs de segunda fim de festas
-feiras
Talvez te entenda
até demais
até me dê mais gorjeta se eu te disser isso
O que me diz se eu te for silêncio
assim será mais fácil:
eu te invento
você me corrige



VAIS E VENS

Por que na depressão
não se expressam as relevâncias
descompressam expressões
dissolutas na face

relevos assim cavados
causam até túmulos
Abdico a vivacidade
pois apodreço como as folhas
como as folhas, que apodreço

e aqui envelheço
morro que passo
vida que desço



até a próxima rodada

Relaxa(,)
que os bêbados se entendem



aaaaaahh

Comer, verbo mais ancestral
que antes mesmo da palavra
já comia vogal






Inté