10 de set. de 2011

Tá errada a garoa


Vão alguns bem diversos, coesão não é meu forte.


D'aquela conversa

Aparentas ser
aparece-me
apresento-te
e jogamos às caras
nesse baralho de mãos
vestes mil
que incontáveis és
e entro com aquele velho truque
de não negar que truco
blefando
e minto
E mentes?
Omites
e sentes
e sinto
como dessomos
sendo nós mesmos



O que tu comes?

No platão do Patrão
não há coxas:
só asas



com

Entre quem fala e quem escuta
há quanta vírgula muda
e tanta história surda
que o que comunica um oco ao outro
torna-se muito de tão pouco
sopro

por trás de cada qual
e dentro de cada quem
complicam-se
no desencontro que os põe
juntos
separados
os dois
por estarem multiplicados
múltiplos
sentidos

apelo à pele
com o pó do tempo
e tudo que há de intento
quando um verbo enfrenta outro



possível

Das coisas que podiam
são várias
do que seriam
coisas reproduzindo-se no não estar
e sem tempo de refazerem-se
revêm
reprimem
comprimem no não foi ainda
no nu presente que sente a
falta dum
faltou
desejos do incompleto
vontade que re pousou



des carga

quanto pesa o pensamento
doze toneladas
ou meio argumento?



outros soltos

Você
Quem és tu?
pessoa-gente
Pergunta mais absurda
,que o que é quem
se não um quando meu perdido
um como que ignorava
ou mal entendia

Quem
uma taça de vidro que retem o ar
um pouco meu que estrangeirizou-se
incipiente recipiente
flutuando entre mim



Barriga

lombriga mais orgulhosa não sei
do que a que mora dentro do rei



cria

Já não era das mesmas medidas
os desejos não cabiam nas calças
os pêlos embaraçavam as memórias

Tamanhos, não teve prazo para os fermentos serem compreendidos.
dilatava inconsciente
se esfregava no conforto ausente



aguante

Chovia
no chão
ventava
em meu corpo
tempestades
onde estão
no silêncio
do seu sopro



Nas escadarias de um teatro municipal

E já perdi
e já perderam
qualquer sentido
que não me agrado com o que me consumo
enchendo os bolsos de dívidas e preocupações
vou, não para onde aponto,
mas sigo mesmo sem saber
porque sou de duas pernas
e quando estou com elas sinto que sou mais que um apartamento
de um prédio
de uma quadra
de uma cidade
vazios



melhorando

Como ele ficou feliz
quando o sol se abriu
e o relógio se fechou



com sigo

penso de repente
como suporto
insuportavel mente



Mudança climática

Quando chegarem os soldados
armaremos uma armadilha
usaremos pólvora e fogo
e diremos que a guerra é fria



descoberto

Terei um fim
e já estou a tê-lo
esfarinho entre as roupas
mas como ainda permaneço
E pessoas explodem
enfartam
acidentes chovem invisíveis
riscos e ciscos grudados nos óleos
da pele

podem girar os relógios
consolar as viúvas
Agora eu já sei!

Vou morrer



Não será você que vai me dizer que fique

E os sexo ficou suspenso
fumaça e embaço
embaraçei
não sei se erros foram de quem
e aliás do que valem as metafísicas
corpos que não
fui
e disse falo
que não foi
calou-se naquele nó
o nós desamarrado
a porta sem graça
pronunciou um tchau frio
bye baby
Deixa
agora é pra próxima



método científico

porque a água do filtro é fria?
não é fria não
ela mente pra língua



saúdo!

Quisera ter uma dor antiga
dessas que o poeta explica
e o papel encharca de lágrimas

Tão amáveis dores
tão doídos amores
que minha tormentas tornam-se plácidas

Que infernais febres
ardem nos dias mais alegres
nos sonhos de suas moças máximas

Como surge mais negro seu céu
como é impenetrável esse breu
dessas noites tão clássicas

Até no morrer se tinha mais vontade
Ah, como eram nessa antiga idade
Tempos doirados, tempos de não voltar mais



29:00

o pó que segura um dia é capaz de voar no mais simples sono
... amanhecia



dezoito

Já posso ser preso
já posso ser presa
já posso ser teso
já posso certeza



POESIA

dor mais estranha não tenho
quanto mais explico
menos entendo






Inté

Um comentário:

  1. Mariana Carvalho20.9.11

    a aula um não se aprende na dois...

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Pense bem antes de falar, ou fale bem antes de pensar.