Taí, vão uns desvãos:
D'aqueles que flutuam
Eu tinha asas
tinha sim
duas, cinco, onze
tinha uma, tinha
E usava-as não sei como
espanando armários
provocando cócegas
tão graúdas
como deltas
tão miúdas
até insetas
e imensamente leves
que se desprenderam de
minhas costas
lento e espesso
olho-as
fremendo
acenando
suas palmas penadas pela janela
abrindo
como se me chamassem
por uma porta
entreaberta
Reformo
soltos. Talvez até mais se se imaginassem presos
Cada instante separado
lacrimejando separadamente
as gotas lágrimas escorrendo
à procura do chão
que todos sujeitamos
aqui estamos
sem nos encontrar
o desencontro nos une
os contratempos nos confrontam
desconfortam
e inconformado
constantemente deformo
só acredito em
coincidências
quando acontecem
Beleza despertando ira
até capaz das coisas mais feias
Em nome de rosas
dizer asneiras
óleo amargo
ludibrificando
o povo polia
Simpatia
Pessoas se encontrando
cometas colidindo
de um telescópio observando
meus acidentes mais lindos
de primatas
bonóbos e guaíbas
de brinquedos
bananas e goiabas
de comidas
bobeiras e algazarras
cada qual doma
seus demos
in sãna consciência
cometendo normalidades
céu
luz sim
sombra não
mas se nenhum dos dois nunca se vê
?
reluz-se tudo
assombra-se sempre
No parapeito
do meu peito parado
está um leito
sujeito ao sereno bruto
britas
nas quais deito
em terra
em lençol sujo
Amargura
com o pranto da vergonha
derramado no sangue
Pedro derrete
em um susto
do raivoso
ao inerte
geléia humilhada
convivendo com a palma dos pés
ainda a face remanescia
enquanto a substância escorria pelo ralo
Há os que seguem
seguem os que existem
comigo
nesse mundo exato
consigo
conseguintes:
Inté
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pense bem antes de falar, ou fale bem antes de pensar.