12 de jun. de 2010

Pode passar senhor...



Junho, e que venham os vestibulares já comprei minhas armas.



Dentadura

Entre o riso mais diplomático
no viés do vão entre os dentes
há mais perigosa cárie
mais corrosiva,
mais indecente

Nesse vão mais vazio,
nessas falas mais vagas
no seu oco mais fundo, escuro e sujo
é aí que surgem seus caninos
esses dentes que afio, desses que fujo

Não por natureza canídea
nem por maldade demoníaca,
mas por que ser também rosna
quando outro dente o desafia
rosna, quando sangue lhe esquenta
quando outro dente em sua carne se enfia



Taxar

E o algoz?
o pior é identificá-lo.
Trazer a etiqueta à testa;
de quem?
são tantas testas,
tantas,
Tantas, que até cobri
minha testa delas.

Não tenho mais paz,
só etiquetas.



Sobre meu caoso

É tempo de boca muda,
é tempo,
de descrer os velhos valores,
que já apodrecem dentro do corpo,

Tão mudo, que dentro grito mil discursos
e uma boca só,
quem dera o problema fosse só dizer,
desmudar, desnudar,
Antes de tudo é preciso mudar,
e tudo que isso traz por consequência.



Pálpebra

E os olhos espantados
olham com tanto espanto,
que já se é capaz de se espantar
de olhos fechados.







Inté

Um comentário:

  1. Escrever pra qüê?!?!?!

    É Copa!!!


    enquanto isso faz frio, muito, no coração da selva de preda...

    ResponderExcluir

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