2 de set. de 2012

Mente que avoa

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Escritos das férias e augustianos:


TARDE DEMAIS
CEDO_________
_____SEM SONO
___AMANHEÇO______



sms

Quanto mais grafite
mais longe
não sei de onde venho
(qualquer mina que se esconde)
cinzas cingindo a folha
e você nem me responde



Cromia

Tem aqueles que tem as coisas bem distintas
cada qual em sua lata
cada cor com sua tinta

Mas tem uns tortos pintores
que mesclam matizes
furtam cores



Sugere

Nem conte
os amargos postos por todos
sem ter augúrio próximo
é que nada se adoça

Desconte
os próprios engodos
perceber o que dentro desgasta
já previne desgostos



Motivos

Em meu ábaco
somam-se sonhos furados
despesas, projetos opacos
britas raras sob seixos caros

esferas absurdas
intragáveis
escorregam
entre rochas
maleáveis

Em meu ábaco
,tear profundo,
há de tudo
menos cálculo



Você que não está me ouvindo
de nome que apelidei.
Não importa se lhe apelido
se não sabe quando usei

Eu que não sei se te ouço
desconfio de cada ruído.
Pois talvez sejas rouco
e também carregue esse grito


uma bolha envolve o grito
assim me sinto aflito



Mais-valendo

E eu que achava
que roubava
mal sabia
que estava
no prejuízo



bicho mais quieto mama da terra
cresce sem deitar
tem umas mil orelhas e denuncia o vento como ninguém
Ali esperando de olho fechado
parece que nem vive
é especialista no tempo
não tem apego com pai nem mãe
veias serpentes contra o céu
carregando seus sucos verdes
quase rezam mas têm preguiça dos deuses
nascem junto da chuva



A velhinha ouve as recomendações atenta. Aje meio lenta, ao seu tempo, e todos acham que é sua velhice. Mal sabem que ela bem sabe de quase tudo. A orientam e a guiam como se seu raciocínio fosse nulo. Repulsa antiga que ela tinha do mundo, aprendera já quase um século de amargas orientações dadas. Entrou pela catraca. Daí vários relutaram contra sua insistência de permanecer em pé antipreferencialmente. Todos recordavam todos para que permanecessem na inércia insone. Fincava os pés. Insistia em sua desobediência. Só ela se sabia como contra. Que por orgulho lhe amarrava a garganta. Com que mãos vibrantes e vozes vagarosas gritavam. Tanto pediram que ela se sentou. E todos engoliram um orgulho que os amargariam em uma progressão vitalícia







Inté

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