26 de set. de 2009

As letras que leio




Fernando me desculpe, mas você não é o único fingidor.




Atuação


Muitas vezes escrevo da palavra pra fora,
Não penso. Ou melhor, penso e simulo.
Finjo um sentimento e o imprimo, e sinto,
ou finjo um pensamento e penso:
Não sei se faz parte do escrever,
sei que escrevo pra não deixar a folha em branco.

E vou inventando um invento inventado.
Minto minha invenção,
inventor dissimulado.
Doce, doce escrita ilusão.






Inté

2 comentários:

  1. Caaaaara, vc nem me fala desse Blog ein! Falei pra vc me avisar quando montasse um novo, mas de boa!

    EXCELENTE como sempre. Você se da muito bem quando escreve sobre esse mundo contemporaneo, sobre alguns comportamentos da sociedade, etc...vai por esse rumo, monta um livro que eu vendo! kkkkkkk

    Achei muito fera As maquina (acho que ja tinha lido ele), Messias (um dos melhores), Forma, Novela e Formalidades

    num deixa de postar todo dia não, ou pelo menos quase todo dia!

    Abração

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  2. ISTO AQUI TÁ DEMAIS!

    Dizem que finjo ou minto
    Tudo que escrevo. Não.
    Eu simplesmente sinto
    Com a imaginação.
    Não uso o coração.

    Tudo o que sonho ou passo,
    O que me falha ou finda,
    É como que um terraço
    Sobre outra coisa ainda.
    Essa coisa é que é linda.

    Por isso escrevo em meio
    Do que não está ao pé,
    Livre do meu enleio,
    Sério do que não é.
    Sentir? Sinta quem lê!

    Fernando Pessoa

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Pense bem antes de falar, ou fale bem antes de pensar.