28 de ago. de 2010

Dizgosto




Furtivo encontro

Um peixe perguntou ao outro
De onde vens?
Ah, venho de águas frias do ártico, E Tu?
Venho das calmas ondas do mediterrâneo.

Amaram-se loucamente,
trocaram histórias, lembranças e fluidos.
Amaram-se eternamente
por sete semanas.

Até que um dia a bela ibérica fora levada
Partiu triste por um carrinho, sem a tão dolorosa despedida,
Nosso nórdico só viu a ponta da embalagem de sua amada,
Sumir na curva do horizonte.
Chorou lágrimas congeladas.
Sofrerá profundamente, até quando sua validade durar.



laguna

os olhos começam água
começam gota à gota
liquefazerem-se

e os restos
tão sólidos,
insistem permanecendo
para verem cegamente
restos fenecendo.



estranheza

Você me lembra o ipê.
Florir.
Pra quê?



atrasos

Sou um assassino compulsivo de horários,
mal posso vê-los para
Matá-los



Parição

Quando com o palavra
no papel me deito,
Dou luz a isto;
pequeno poema d'efeito.



Tifo

Noite quente
sem sentido,
Hoje: Morte
Amanhã: duvido...








Inté

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