9 de nov. de 2009

Rascunhos são sempre mais bonitos antes de relê-los





Tem aí três.O último ficou parecendo letra de música. Sei lá por que, mas eu tenho essa impressão. Bem, olhos à obra.


Canto do lado

O lado que existe
o lado que é fato
o lado ao lado do lodo que persiste,
Aquele lado que sempre é falado,
que sempre é ressaltado pelo escuro do outro lado,
o lado escuro, o lado oculto, só é co-lembrado.
Isso me lembra uma moeda,
de duas faces opostas,
uma face virada,
à outra de costas.

Nada mais coerente para esse mundo-moeda:
um lado,
lustroso, dourado,
o outro?
oxidado.



Repepetitição

Se antes de pensar,
pensaram como devemos pensar.
Penso eu que pensamento é outro,
é outra, são outras, são outros,
que pensaram antes de mim,
e foi mesmo assim,
que pensei o mesmo-igual,
o mesmo-sempre,
o mesmo-mesmo.

E por vez já pensaram isso?
e eu o que faço?
repito? repito? repito? repito?
só digo o que foi dito?
Não, nem todo meu é repetido,
Creio que até mesmo repetindo,
Eu repita que não sou réplica,
tréplica, cémplica, mílplica,
E nos ecos há de repetir,
Esse mundo-cópia,
Essa vida-xerox,
Esse destino-plágio,

Até a parede,
que hei de construir com meus tijolos iguais,
e barrarei,
quebrarei,
mudarei,.
Esse som-uniforme.
Esse som ao meu ouvido disforme.
Esse som que falo,
mas o mudo quando vou escutar.



Unidade

Por quantos contos você conta a verdade?
Por quantas verdades você faz uma mentira?
Por quantas mentiras sua consciência pesa?
Por quantas que sua consciência se retira?

Quantas das suas respostas são sem perguntas?
Por quantas perguntas você se estressa?
Por quantos estresses você sobrevive em um dia?
Por quantos dias vai durar sua pressa?

Mas não, não me responda, Quantidade.
Quantos quantos! Quantos quantos!
Pilhas em pilhas empilhadas
Minhas quantidades ainda não foram contadas.





Inté

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